A Linguagem do Coração
(Marie Heurtin, 2014)
Ficha técnica
Título Original: Marie
Heurtin
Gênero: Drama / Filme Bibliográfico
Duração: 1h35min
Lançamento mundial: 2014
Direção: Jean-Pierre Améris
Elenco: Isabelle Carré, Ariana Rivoire, Brigitte Catillon, Laure Duthilleu, Noémie Churlet,
Patrica Legrand entre outros.
País: França
Resenha
Filme de produção francesa lançado em 2014, “A
Linguagem do Coração” (título original Marie
Heurtin) finalmente está em cartaz no Brasil desde o início de março de 2016.
Ambientado no fim do século XIX, França, e baseado em uma história real, o
filme trata de Marie Heurtin (Ariana Rivoire), uma moça que nasceu cega e surda.
Vivendo em seu mundo isolado, sem conseguir se comunicar, seus pais a mandam
para um convento onde crianças surdas são cuidadas. Porém, a madre superiora
(Brigitte Catillon) a recusa devido à falta de condições para tratá-la. Vale
lembrar que isso acontece perto de 1900 e por isso, tal condição era vista como
limitação cognitiva e prova concreta de ter a inteligência afetada. Entretanto,
a freira Marie Margueritte (Isabelle Carré) acaba conhecendo a moça e sente que
é seu dever cuidar da jovem, libertando-a da “escuridão” através da linguagem
dos sinais. Graças à insistência de Margueritte, dizendo poder cuidar de Marie e
apesar de seu problema de saúde, a madre superiora acaba por permitir o
acolhimento da jovem. É a partir daí que a beleza do filme se desenrola, pois, fazer
com que Marie aprenda questões básicas de higiene e convívio social mostra-se
uma tarefa longa, árdua e sem resultados aparentes. É interessante que outros
filmes e obras trataram dessa temática anteriormente, mas o que torna esse
filme especial é a atuação do elenco e direção de Jean-Pierre Améris. Com clima
de produção independe e sem uma direção de arte muito elaborada, o filme ganha
pela simplicidade da estética e pelo profundo sentimento artístico. Impossível não
se ver chorando no final. Mas para isso acontecer, o espectador precisar entrar
no clima do filme, se deixar levar pelo enredo e edição de som, que fez um
ótimo trabalho em destacar os sons de tecidos, gestos e toques de tal maneira
que transmite a sensação de proximidade.
Se recomendo esse filme? Não preciso nem falar. VÁ ASSISTIR.
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