CONTEUDO 03
O resumo foi elaborado pelos alunos Diego Barros, Tatiana
Blumenthal e Willian de Sousa do Curso de Licenciatura em Letras -
Português/Inglês, na UNIP, Campus Vergueiro, período noturno para a disciplina
Morfossintaxe Aplicada da Língua Portuguesa ministrada pelo Prof.º Helcius
Batista Pereira e coordenado pela Prof.ª e Dr.ª Joana Ormundo.
Os papéis temáticos e as funções
sintáticas.
Os
papéis temáticos são abordados como papéis semânticos por Perini quando ele
ressalta uma importante questão para a descrição semântica da língua. Ele analisa
estes papéis semânticos em contraposição às funções sintáticas e seus
resultados quando observado o fato de um sintagma ser sujeito, atributo ou
objeto direto.
Papéis Semânticos
“Esse
termo se refere às relações de significado expressas pelas funções sintáticas
em si, independentemente de seu preenchimento léxico.” (Perini, 2006. Pag.
260), ou seja, sabemos que cada sintagma será definido como agente, paciente ou instrumento
de acordo com seu significado semântico e não necessariamente com função sintática.
Para
exemplificar, observe a frase:
(1) Zé quebrou a garrafa com este martelo.
Em
(1), Zé é o sintagma nominal com a
função de sujeito e com papel
semântico de agente, pois é a
entidade que provoca a ação denotada pelo verbo quebrar. O agente será sempre uma entidade animada ou humana.
A garrafa é o
sintagma com função de objeto direto,
mas com o papel semântico de paciente,
pois é a entidade que sofreu a ação do verbo quebrar.
Já com este martelo é o sintagma com função
de objeto indireto, mas com papel
semântico de instrumento, pois é a
entidade utilizada pelo sujeito pela qual a ação ocorre.
Há outros
papéis semânticos existentes, entretanto não serão mencionados, pois a lista
seria demasiadamente grande e não há estudos suficientes para dar conta de
todos.
Embora
pareça relativamente fácil identificar qual papel semântico determinado
sintagma pode desempenhar, é importante ressaltar que não é sempre que isso ocorre.
No decorrer do capítulo Perini demonstra que um sintagma com função sintática
de sujeito, pode ter um papel semântico tanto de agente, quanto de paciente ou
mesmo de instrumento. Observe:
(2) Este martelo quebrou a garrafa.
(3) A garrafa quebrou.
Em
(2), Este martelo está em função
sintática de sujeito, entretanto seu papel semântico permanece de instrumento,
pois para ser agente, o sintagma deveria ser uma entidade animada, requesito
semântico não preenchido por este elemento.
No
exemplo (3), A garrafa também está em função de sujeito, porém seu papel
semântico continua sendo de paciente, pois a garrafa é quem sofre a ação de
quebrar.
O
mesmo pode ocorrer com outros sintagmas em outras funções sintáticas.
Conclusão
Podemos
concluir então que é preciso levar em conta a semântica do verbo na oração. É o
verbo quem definirá semanticamente quais requisitos são necessários para
completar o seu sentido, tornando a oração aceitável ou não. Cada verbo exige
ao menos um sintagma com papel semântico distinto. Neste capítulo, Perini
analisa três verbos: quebrar, matar e come e chega à conclusão de que:
·
O verbo quebrar
exige um paciente;
·
O verbo matar
exige um agente ou instrumento;
·
O verbo comer
exige um agente.
As
formas de analisar a semântica e as exigências dos verbos são determinantes
para entender como funcionam as relações sintáticas e os papeis semânticos nos
sintagmas nas mais diversas orações. Pelo fato de a língua portuguesa ter uma
grande quantidade de verbos, estudos se fazem necessários para uma pesquisa
mais profunda, já que atualmente, segundo Perini, esta área ainda carece de
maiores estudos e pesquisas.
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