terça-feira, 25 de novembro de 2014

Conceituação e estrutura arbórea das orações do período composto (Conteúdo 04)

O resumo foi elaborado pelos alunos Diego Barros, Tatiana Blumenthal e Willian de Sousa do Curso de Licenciatura em Letras - Português/Inglês, na UNIP, Campus Vergueiro, período noturno para a disciplina Morfossintaxe Aplicada da Língua Portuguesa ministrada pelo Prof.º Helcius Batista Pereira e coordenado pela Prof.ª e Dr.ª Joana Ormundo.

Conceituação e estrutura arbórea das orações do período composto
Neste conteúdo veremos como são conceituadas e estruturadas arboreamente as orações coordenadas e subordinadas (substantivas, adjetivas e adverbiais) no período composto.

Orações Subordinadas
As orações subordinadas são caracterizadas por possuir relação de dependência sintática com a outra. Podemos confirmar através do exemplo:
(1)  Eu sei que Hélcius é professor.


A oração subordinada “que Hélcius é professor” equivale ao objeto direto da oração principal, logo, existe uma dependência sintática entre as duas orações.
Entre as orações subordinadas, estudaremos as substantivas, adverbiais e adjetivas.

Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas são aquelas em que a oração subordinada equivale na frase a um sintagma nominal, ou que esteja dentro de um sintagma nominal. Dentre as orações subordinadas substantivas temos:
·         Objetivas Diretas
·         Objetivas Indiretas
·         Predicativas do Sujeito
·         Completivas Nominais
·         Apositivas

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta
Oração subordinada equivale a um objeto direto:
(2)  Que eu saiba MALP é importante.


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Oração subordinada equivale a um objeto indireto:
(3)  Felipe precisa de que a namorada volte.


Oração Subordinada Substantiva Predicativa do Sujeito
Oração subordinada equivale ao predicado do sujeito.

Obs.: pode ser percebida pela presença do verbo de ligação, que é representado na árvore como um cop.
(4)  Martha parece cansada



Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
Oração subordinada equivale a um complemento nominal:
(5)  A igualdade de que falam é mentira.


Oração Subordinada Substantiva Apositiva

Oração subordinada equivale a um aposto
(6)  Meu desejo é esse: tirar férias.

 


Orações Subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais, são aquelas que na oração ocupam espaço de um adjunto adverbial, seja ele de tempo, modo, intensidade, etc. Dentre as subordinadas adverbiais, analisaremos as temporais, causais e de conformidade.

Orações Subordinadas Adverbiais Temporais
A oração subordinada equivale a um adjunto adverbial temporal:
(7)  A mulher escreveu um livro quando morava em São Paulo.



Oração Subordinada Adverbial Causal
A oração subordinada equivale a um adjunto adverbial Causal
(8)  O pássaro quebrou a asa porque bateu na janela.


Oração Subordinada Adverbial de Conformidade
A oração subordinada equivale a um adjunto adverbial de conformidade
(9)  O jogo ficava mais difícil conforme perdia dinheiro.



Orações Subordinadas Adjetivas
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele se equivale. As orações vêm introduzidas por um pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
(10)              Elizabete foi a atriz que fez sucesso.





Orações Coordenadas
As orações coordenadas são aquelas que aparecem uma conectada a outra, sem, porém, ter dependência sintática. Elas são unidas normalmente por conjunções coordenadas ou vírgulas.
Obs.: Vale ressaltar que frases coordenadas com conjunção coordenada possuem algo como o “e” unindo-as e são chamadas de Sindéticas. Existem, porém as coordenadas que não possuem uma conjunção coordenada, chamadas Assindéticas. Estes são os casos das orações que são unidas por uma vírgula. Nas orações coordenadas estudaremos as aditivas, restritivas, explicativas.

Oração Coordenada Aditiva
São o caso de orações “irmãs”, que se unem por uma conjunção coordenada.
(11)              O menino comeu arroz
(12)              A menina comeu feijão
(13)              O menino comeu arroz e a menina comeu feijão.



Oração Coordenada Restritiva e Explicativa
Existe nessa situação, um impasse entre Chomsky e a gramática tradicional. Veremos no exemplo a seguir:
(14)              O homem que trai é pecador.

Para gramática tradicional, tal oração é subordinada explicativa, onde que trai seria a oração subordinada. Para Chomsky, essa mesma oração é coordenada apositiva, onde que trai seria uma segunda oração que têm relação de “irmã” com a outra.

Os papéis temáticos e as funções sintáticas (Conteúdo 03)

CONTEUDO 03

O resumo foi elaborado pelos alunos Diego Barros, Tatiana Blumenthal e Willian de Sousa do Curso de Licenciatura em Letras - Português/Inglês, na UNIP, Campus Vergueiro, período noturno para a disciplina Morfossintaxe Aplicada da Língua Portuguesa ministrada pelo Prof.º Helcius Batista Pereira e coordenado pela Prof.ª e Dr.ª Joana Ormundo.

Os papéis temáticos e as funções sintáticas.
Os papéis temáticos são abordados como papéis semânticos por Perini quando ele ressalta uma importante questão para a descrição semântica da língua. Ele analisa estes papéis semânticos em contraposição às funções sintáticas e seus resultados quando observado o fato de um sintagma ser sujeito, atributo ou objeto direto.

Papéis Semânticos
“Esse termo se refere às relações de significado expressas pelas funções sintáticas em si, independentemente de seu preenchimento léxico.” (Perini, 2006. Pag. 260), ou seja, sabemos que cada sintagma será definido como agente, paciente ou instrumento de acordo com seu significado semântico e não necessariamente com função sintática.
Para exemplificar, observe a frase:

(1)  quebrou a garrafa com este martelo.

Em (1), é o sintagma nominal com a função de sujeito e com papel semântico de agente, pois é a entidade que provoca a ação denotada pelo verbo quebrar. O agente será sempre uma entidade animada ou humana.
A garrafa é o sintagma com função de objeto direto, mas com o papel semântico de paciente, pois é a entidade que sofreu a ação do verbo quebrar.
com este martelo é o sintagma com função de objeto indireto, mas com papel semântico de instrumento, pois é a entidade utilizada pelo sujeito pela qual a ação ocorre.
Há outros papéis semânticos existentes, entretanto não serão mencionados, pois a lista seria demasiadamente grande e não há estudos suficientes para dar conta de todos.
Embora pareça relativamente fácil identificar qual papel semântico determinado sintagma pode desempenhar, é importante ressaltar que não é sempre que isso ocorre. No decorrer do capítulo Perini demonstra que um sintagma com função sintática de sujeito, pode ter um papel semântico tanto de agente, quanto de paciente ou mesmo de instrumento. Observe:

(2)  Este martelo quebrou a garrafa.
(3)  A garrafa quebrou.

Em (2), Este martelo está em função sintática de sujeito, entretanto seu papel semântico permanece de instrumento, pois para ser agente, o sintagma deveria ser uma entidade animada, requesito semântico não preenchido por este elemento.
No exemplo (3), A garrafa também está em função de sujeito, porém seu papel semântico continua sendo de paciente, pois a garrafa é quem sofre a ação de quebrar.
O mesmo pode ocorrer com outros sintagmas em outras funções sintáticas. 

Conclusão
Podemos concluir então que é preciso levar em conta a semântica do verbo na oração. É o verbo quem definirá semanticamente quais requisitos são necessários para completar o seu sentido, tornando a oração aceitável ou não. Cada verbo exige ao menos um sintagma com papel semântico distinto. Neste capítulo, Perini analisa três verbos: quebrar, matar e come e chega à conclusão de que:
·         O verbo quebrar exige um paciente;
·         O verbo matar exige um agente ou instrumento;
·         O verbo comer exige um agente.

As formas de analisar a semântica e as exigências dos verbos são determinantes para entender como funcionam as relações sintáticas e os papeis semânticos nos sintagmas nas mais diversas orações. Pelo fato de a língua portuguesa ter uma grande quantidade de verbos, estudos se fazem necessários para uma pesquisa mais profunda, já que atualmente, segundo Perini, esta área ainda carece de maiores estudos e pesquisas.

Os tipos de orações e a força ilocucionária (conteúdo 02)

CONTEUDO 02
O resumo foi elaborado pelos alunos Diego Barros, Tatiana Blumenthal e Willian de Sousa do Curso de Licenciatura em Letras - Português/Inglês, na UNIP, Campus Vergueiro, período noturno para a disciplina Morfossintaxe Aplicada da Língua Portuguesa ministrada pelo Prof.º Helcius Batista Pereira e coordenado pela Prof.ª e Dr.ª Joana Ormundo.

Os tipos de orações e a força ilocucionária
Uma Frase é todo enunciado transmissor de uma ideia. A frase pode ser uma palavra ou um conjunto delas, sedo assim é facultativo o verbo na frase. Ex:
(1)  Silencio
(2)  Pare!
(3)  Que calor!
(4)  Quantas páginas?
Entretanto, uma Oração é um enunciado que transmite ideia que se estrutura com base no verbo. Na oração é obrigatório o uso do verbo ou locução verbal. Ex:
(5)  Homens e mulheres são iguais perante a lei.
(6)  A aula, hoje, foi produtiva.
As orações possuem tipos diferentes e se classificam em declarativas, interrogativas, exclamativas, imperativas e optativas.
Oração Declarativa
Faz uma declaração. Ex:
(7)  Diego gosta de brigadeiro.
Interrogativa
Utiliza-se em perguntas e sempre contém ponto de interrogação. Ex
(8)  Quem gosta de brigadeiro?
Exclamativa
Expressa sentimento e emoções e sempre contém ponto de exclamação. Ex:
(9)  O Diego adora brigadeiro!
Imperativa
São usadas para ordem e/ou pedido e o verbo está na forma imperativa. Ex:
(10)              Vá colocar um casaco!
Optativa
Expressa desejo. Ex:
(11)              Tomara que você passe na prova.

Força Ilocucionária
A força ilocucionária está em todo enunciado. Quando o locutor realiza uma ação ou enuncia determinada oração, o sentido de se enunciado estará diretamente ligado ao contexto (situação) da enunciação, o que significa que pode estar dando uma ordem, fazendo um pedido, uma promessa, pergunta ou até mesmo sendo interativo. Sendo assim, a força ilocucionária está na intenção de quem fala. Ex:
(12)              Você vai à faculdade?
(13)              Você quer namorar comigo?

As orações (12) e (13) são interrogativas, pela presença do ponto de interrogação, entretanto ambas têm força ilocucionária diferentes. Em uma situação em que o locutor enuncia (13), a oração tem força ilocucionária de pedido e não apenas de uma pergunta como em (12).

Funções sintáticas da oração simples (Conteúdo 01)


CONTEUDO 01

O resumo foi elaborado pelos alunos Diego Barros, Tatiana Blumenthal e Willian de Sousa do Curso de Licenciatura em Letras - Português/Inglês, na UNIP, Campus Vergueiro, período noturno para a disciplina Morfossintaxe Aplicada da Língua Portuguesa ministrada pelo Prof.º Helcius Batista Pereira e coordenado pela Prof.ª e Dr.ª Joana Ormundo.


Funções sintáticas da oração simples.

Ao perceber algumas falhas no método tradicional de se definir as funções sintáticas das palavras, Sautchuk sugere um novo método de avaliação, buscando maior eficácia para identificar: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, predicativo do objeto, adjunto adverbial, adjunto adnominal e complemento nominal.

Sujeito
Para identificar o sujeito, deve-se:
§  Colocar a frase na interrogativa;
§  Responder na afirmativa;
§  O que estiver no lugar de “ele” é o sujeito.

(1)  O João bebeu coca.
P – O João bebeu coca?
R – Sim, ele bebeu.
Sujeito: Ele = O João.
Objeto Direto
Para identificar o objeto direto, deve-se:
§  Colocar a frase na interrogativa;
§  Responder na afirmativa;
§  O que pode ser substituído por “o”, “a” ou “isso” é o Objeto Direto.

(2)  Carlos comeu arroz.
P – Carlos comeu arroz?
R – Sim, ele comeu isso.
Sujeito: ele = Carlos
Objeto Direto: Isso = Arroz.
Objeto Indireto
Para identificar o objeto indireto, deve-se:
§  Colocar a frase na interrogativa;
§  Responder na afirmativa;
§  O que pode ser substituído por “lhes” ou “para ele (a)” é o Objeto Indireto.

(3)  O comandante enviou um espião à marinha.
P – O comandante enviou um espião à marinha?
R – Sim, ele o enviou para ela*
Sujeito: ele = O comandante
Objeto Direto: o = um espião
Objeto Indireto: para ela* = à marinha.
* (ou para lá)
Predicativo do Sujeito
Para identificar o predicativo do sujeito, deve-se:
§  Procurar por um verbo de ligação;
§  Procurar por um sintagma adjetival que predica (modifica) o sujeito. Esse sintagma adjetival é o predicativo do sujeito.

(4)  A noite é bela.
“É” – verbo de ligação
Bela” – Sintagma adjetival que predica o sujeito

Predicativo do Objeto
Para identificar o predicativo do objeto, deve-se:
§  Passar a frase para interrogativa;
§  Encontrar o objeto;
§  Procurar por um Sintagma Adjetival que predique o objeto.

(5)  A moça encontrou o cachorro machucado.
P – A moça encontrou o cachorro machucado?
R – Sim, ela o encontrou machucado.
Sujeito: ela = moça
Objeto Direto: o = cachorro
Predicativo do objeto: machucado modifica (predica) o pronome “o”, que equivale ao objeto direto “cachorro”.
Adjunto Adverbial
Para definir um adjunto adverbial, deve-se:
§  Montar a estrutura arbórea da frase;
§  Tudo aquilo que estiver na posição de sintagma preposicional, que sai direto da oração, e não for complemento obrigatório do verbo, será considerado Adjunto Adverbial.
(6)  João falou inglês na Itália.

















Adjunto Adnominal
Para definir um adjunto adnominal, deve-se:
Montar a estrutura arbórea da frase;
§  Tudo que modifica nome estando dentro de um sintagma nominal é adjunto adnominal.
(7)  A menina bonita veio hoje.
Complemento Nominal
É o sintagma preposicional obrigatório do sintagma nominal, ou seja, sem este SP, a frase deixa de fazer sentido.
(8)   A cura da AIDS revolucionará a medicina.
(Sem o sintagma preposicional da AIDS, a frase deixa de fazer sentido).